O Papel da Mocidade na Casa Espírita
Por Danilo Kostenko
Queridas irmãs e queridos irmãos, me permitam chamá-los desta forma.
No texto de hoje vou compartilhar algumas histórias de minha juventude, quando iniciei na Doutrina em 1985, através dos trabalhos da Mocidade Espírita.
Para quem me conhece e sabe do meu respeito, carinho e admiração pelo Espiritismo, não deve imaginar que meu primeiro contato com a Doutrina foi um pouco “forçado” pela minha querida mãe, que era trabalhadora de uma Casa Espírita.
Obviamente, eu aceitei este “convite imposto”, para manter meus privilégios e regalias em casa, ou seja, não foi por Amor, mas por interesse.
Na semana que antecedeu minha primeira participação na reunião de Mocidade Espírita, conversei com um amigo meu, filho de outra trabalhadora daquela casa junto com minha mãe, que também iria participar pela primeira vez do encontro. Descobrimos que além de nossas afinidades por estudarmos na mesma escola, termos o mesmo círculo de amigos, esportes e “baladas”, tínhamos uma nova afinidade em comum: encarar um “suplício religioso” em pleno sábado das 18h00h às 20h00h, só para agradar nossas mães! É isto que chamo de “verdadeira afinidade” entre amigos!
Para minha surpresa (e até perplexidade), naquele sábado me deparei com um grupo de jovens entre 13 e 21 anos de idade, com uma sintonia incrível, oriundos de diversas classes sociais e formações distintas, falando em um linguajar simples e extremamente agradável sobre Kardec, André Luiz, Emanuel, Divaldo, Chico, Amor ao próximo, etc.
Mas não era somente isso: em nossas atividades, tínhamos a oportunidade de participar do Coral da Mocidade, dos jogos e gincanas sobre estudos doutrinários, (onde os “competidores” apresentavam aos demais grupos seus conhecimentos da Doutrina), além das campanhas Auta de Souza para a arrecadação de mantimentos aos necessitados aos domingos pela manhã (como era difícil acordar cedo nesses dias!!), da distribuição do “sopão” servido aos assistidos da casa, das quermesses para arrecadação de fundos e outras diversas atividades que nos envolviam socialmente… simplesmente eram “pílulas homeopáticas de amor e ajuda ao próximo” inseridas nos jovens daquele grupo, sem que percebessem o que acontecia.
À medida que o tempo passou, tomamos nosso papel na vida adulta e outros jovens chegaram para dar sequência nos trabalhos daquela mocidade, que continua ativa até hoje.
Muitos daqueles jovens de minha época trilharam caminhos que os afastaram da Doutrina, outros continuaram como meros frequentadores de Casas Espíritas e outros continuaram a trabalhar pela Doutrina.
O verdadeiro papel da Mocidade na Casa Espírita é despertar no jovem a possibilidade de um trabalho maravilhoso na Seara do Amor e Respeito ao Próximo ensinado por Jesus. Continuar ou não nesta Seara, é o exercício do Livre Arbítrio de cada um.
Um recado para os Dirigentes das Casas Espíritas: incentivem e valorizem os trabalhos das Mocidades, pois hoje eles são apenas jovens inquietos, rebeldes, na maior parte do tempo até com má vontade, mas uma base de Amor e Respeito lhes dará a oportunidade de se tornarem seres humanos equilibrados e amorosos, que poderão ajudar muito aos necessitados, principalmente aos necessitados da Alma.
Ah sim, não posso esquecer de lhes dizer duas coisas: minha querida mãe até hoje é minha grande Conselheira para os estudos Espíritas, e aquele meu amigo de afinidade que “detestava” ir comigo na Mocidade aos sábados, hoje é dirigente de uma Casa Espírita e grande trabalhador pela Doutrina.
Abraços, muita Paz e Luz
Danilo Kostenko é voluntário na União Espírita Sorocabana.
O Autor assume inteira responsabilidade pelo conteúdo dos textos de sua autoria.
Sua opinião não necessariamente expressa a visão do CENTRO ESPÍRITA BATUÍRA.
Excelente reflexão Danilo! Precisamos dar mais atenção à mocidade nas Casas Espíritas! Ela é o futuro da Espiritismo na vida de todos nós!! Parabéns pelo testemunho valioso!
Parabéns, Danilo, por ter aceitado o “convite” da sua mãe. Que Jesus abençoe sua jornada. Gratidão por compartilhar sua experiência.
Muito bom Danilo! É isso mesmo, na infância e juventude o terreno é fértil e boas sementes acabam germinando em algum momento. Obrigada por compartilhar.
Danilo, sua história relatando sua caminhada, é exemplo de sabedoria nas escolhas que você fez!
É acertou!
Parabéns