Não matarás; todo aquele que matar merecerá ser condenado pelo julgamento. Porém eu vos digo que aquele que se encolerizar contra seu irmão merecerá ser condenado pelo julgamento.”

Meus irmãos, quantas vezes matamos a esperança de nossos filhos, educandos, amigos, companheiros? Matamos sua autoestima? Matamos sua vontade de viver?

Matamos seu sonho e aspirações? Matamos seu desejo de ser útil, de ser grande de alma com nossa pequenez, nosso egoísmo, nossa insensibilidade, nossa cólera?

Cuidado com as palavras!!! Elas ferem e matam mais que qualquer doença fatal. Matam a integridade; matam a autoestima; matam a alegria, a motivação, os sonhos… Criam estigmas. Quando os pais e educadores se dirigem à criança com palavras pejorativas, mesmo que por “brincadeira”, elas o marcam muitas vezes, por toda a vida. Quantas crianças encontramos nas escolas que se sentem burras, incapazes de aprender, desmotivadas e infelizes por que seus pais ou professores as chamam constantemente de burras, inúteis, infelizes, preguiçosas, vagabundas, e coisas ainda piores? Isso é muito comum infelizmente, até entre pais de bom nível cultural…

Isso pode levar uma criança ou um jovem a cometer as piores atrocidades consigo mesmo e com outros: suicídios, assassinatos, estupro, queima de mendigos e índios, ataques a prostitutas… temos visto isso em nossa sociedade e a primeira coisa que pensamos é que em “nossa casa isso não acontece”… será que não? Como andam a autoestima, o autorrespeito, os valores humanos; você tem feito uma reflexão com seus filhos sobre tais coisas, tem pensado nisso, tem procurado saber com quem eles andam e o que andam fazendo longe de você? Tem deixado um tempinho em sua vida, para se preocupar com o PRINCIPAL? CUIDADO! Não deixe as portas da indiferença isolarem você de seu filho ou filhos.

Pense nisso e se você é uma pessoa violenta, que não se controla a menor contrariedade, EDUQUE-SE.

”Levado pelo orgulho você se julga mais do que é a ponto de não suportar uma contrariedade que lhe possa rebaixar, e se considera acima de seu irmão, seja como pai, como Espírito, seja em posição social ou em superioridade pessoal, que o menor paralelo o irrita e o fere. E o que acontece então? Fica encolerizado.”

“Procure a origem desses acessos de demência passageira que o iguala aos brutos e o faz perder a razão e o sangue frio. Procure saber o porquê disso e encontrará quase sempre por base, o orgulho ferido. Não é o orgulho ferido por uma opinião contrária que o faz rejeitar as observações justas, que o faz repelir com cólera os mais sábios conselhos?”

 A própria impaciência, decorrente das contrariedades frequentemente fúteis; prende-se a importância que cada um atribui à sua própria personalidade, diante da qual, acredita  que tudo deve se curvar.

Na sua impaciência, a pessoa colérica se volta contra tudo: desde a natureza bruta até os objetos que acaba por destruir por não lhe obedecerem. Se nesse momento ela pudesse ver-se a sangue frio, teria medo de si própria, ou se acharia ridícula. Que julgue por aí, a impressão que deve causar aos outros e as marcas que deixa nas crianças que o assistem nesses momentos, que são suas vítimas. Ainda que seja por respeito por si mesmo, cumpre esforçar-se para vencer uma tendência que faz de si, objeto de piedade.

Se soubesse que a impaciência e a exaltação não resolvem nada, que alteram sua saúde e até mesmo comprometem sua vida, veria que sua primeira vítima, é você mesmo. Além disso, uma outra consideração deveria detê-lo: o pensamento de que você torna infelizes todos aqueles que o rodeiam. Se tem coração, não sentirá remorso em fazer sofrer os seres que mais ama? E que desgosto mortal se, num acesso de raiva você cometer um ato do qual tiver de se arrepender por toda a vida!

Em resumo, a pessoa colérica não deixa de ter certas qualidades no coração, mas a cólera pode impedi-lo de praticar o bem e leva-lo a praticar verdadeiras atrocidades. Isto basta para que faça esforços para dominar-se. O Cristão deve ainda levar em conta uma outra razão: a cólera é contrária à caridade e à humildade cristãs.

Com a ideia muito falsa de que não se pode alterar a sua própria natureza, a pessoa colérica se julga dispensada de fazer esforços para se corrigir dos defeitos nos quais se satisfaz de bom grado, ou que lhe exigiriam muita perseverança e autoconhecimento, para serem eliminados. É dessa forma que quase sempre se desculpa por seu temperamento. Antes de se considerar culpado, atribui a falta ao seu organismo, acusando assim a Deus de seus próprios defeitos. É ainda uma consequência do orgulho que se encontra ligado a todas as suas imperfeições.

Não acredite que aí esteja a causa principal da cólera, pode ter a certeza de que um Espírito pacífico, mesmo num corpo avantajado será pacífico;  um Espírito violento, num corpo debilitado, não será por isso mais dócil.  A violência tomará  apenas uma outra feição; se não possuir um organismo apropriado para se manifestar, a cólera ficará contida por medo das consequências e no outro caso, não se conterá, o que  é mais uma prova de sua covardia.

Todas as virtudes e todos os vícios são próprios da natureza do Espírito. Daí a necessidade de se educar. Do contrário, onde estaria o mérito e a responsabilidade por nosso aperfeiçoamento moral? O homem só pode modificar o que é do Espírito, quando tem uma vontade firme. A experiência não vem provando isso, até onde vai o poder da vontade pela transformação verdadeira? Convença-se, portanto,  de que o homem só permanece violento e colérico  porque assim o quer; mas aquele que quer se corrigir sempre tem a oportunidade e o apoio de Deus através de seus Enviados Celestes. De outra forma, a lei do progresso não existiria para o homem.” (³embasado no “E.S.E. Allan Kardec)