A Educação do Espírito
por Fernando Ribeiro Schiavi
A Educação do Espírito é o eixo central da metodologia de educação idealizada por Eurípedes Barsanulfo. É fundamentada na pedagogia do amor, que nos foi apresentada por Jesus na oportunidade de sua encarnação entre nós.
O “Apóstolo da Caridade”, apelido pelo qual carinhosamente ficou conhecido o Professor Eurípedes, viveu na cidade de Sacramento/MG nos anos de 1880 a 1918, tendo desencarnado em razão da Gripe Espanhola. Em 1903 fundou o Grupo Espírita Esperança e Caridade. No ano de 1907, por orientação mediúnica recebida de Maria de Nazaré, iniciou as atividades da primeira escola espírita do Brasil, o Colégio Allan Kardec, local onde Eurípedes aplicava a pedagogia de Pestalozzi, que foi o grande mestre acadêmico do Codificador do Espiritismo.
Essas atividades permanecem em funcionamento até hoje, e é através do grupo espírita que fundou, que o próprio Eurípedes em conjunto com sua equipe, nos traz a metodologia da “Evangelização de Espíritos”.
Engana-se aquele que acredita estarmos tratando somente de uma educação voltada para as crianças. É bem verdade, que logo ao reencarnar o espírito oferece melhores condições de aperfeiçoamento, entretanto, a metodologia enxerga cada indivíduo como um ser espiritual e não como um “corpo”. Cada um de nós possui uma história e necessidades únicas. Sendo assim, a espiritualidade nos convoca para a educação do espírito, não importando a idade corporal, mas sim a realidade/necessidade de cada um.
Eurípedes nos exorta a consciência de que somos espíritos e como tal devemos viver. É necessário educar o espírito em sua totalidade, com a finalidade de modificar pensamentos, transformando os sentimentos. Para isso, devemos exercitar uma reflexão profunda acerca dos conhecimentos espíritas, para que, atingindo nossa razão, tais informações possam sustentar a reforma dos nossos núcleos doentes.
Além da palavra, que deve sempre ser fraterna, os principais recursos utilizados pela metodologia são natureza e a arte. A natureza estimula o Espírito a observar, sentir, comparar e analisar. Nesse processo o ser percebe que os princípios divinos presentes em sua intimidade também compõem o laboratório da natureza.
Quanto à Arte, como nos diz Léon Denis em “O Espiritismo na Arte”, quando “bem compreendida é poderoso meio de elevação e renovação. É a fonte das mais puras alegrias; ela embeleza a vida, sustenta e consola nas provas. Quando ela é sustentada, inspirada por uma fé sincera, por um nobre ideal, a arte é sempre uma fonte fecunda de instrução, um meio incomparável de civilização e aperfeiçoamento”.
É bem certo que a maioria de nós deseja o bem, deseja a felicidade. Entretanto, por vezes ainda não resistimos ao “mal”. Sendo assim, se faz urgente que eduquemos nosso espírito. Todos estamos em processo de evangelização e de nada adianta conhecer o evangelho, sem que este se torne efetivamente a bússola que direciona todas as nossas escolhas.
Neste sentido, conscientes de que somos espíritos numa experiência material, devemos buscar nossa própria educação, vivenciando o amor através do Evangelho, lembrando que “fora da caridade não há salvação”.
O maior mandamento é o AMOR!!!
Fernando Ribeiro Schiavi é voluntário no Centro Espírita Batuíra, onde atua no Departamento de Evangelização e Mocidade.