A fraternidade é a geratriz da liberdade e da igualdade de todos. É ela o inverso do egoísmo, uma das chagas humanas das sociedades de todas as épocas. É também uma das formas da manifestação do amor ao próximo, significando caridade com benevolência, compreensão e tolerância.

Nosso mundo parece muito distante do ideal de transformação pela fraternidade entre seus habitantes. Em pleno século XXI, após dois mil anos da presença do Cristo, com seus ensinos superiores sobre o amar a Deus e ao próximo como a si mesmo, a Humanidade pouco evoluiu moralmente, continuando os homens egoístas e orgulhosos.

No livro “O Consolador” – Médium: Francisco Candido Xavier. Emmanuel coloca que:

“De conformidade com os desígnios evangélicos, compete-nos esclarecer os nossos semelhantes com amor fraternal em todas as circunstâncias desagradáveis da existência, como desejaríamos ser assistidos irmãmente, em situação idêntica dos que se encontram sem tranquilidade” (p.118)

Se nos é apresentado este amor fraternal como auxilio ao próximo como podemos virar as costas para o nosso irmão, como podemos negar auxilio aquele que necessita. Percebemos que hoje se valoriza as conquistas de prestígio e de interesses materiais, muitos dizem que estão sendo fraternal e na verdade somente buscam proveito próprio.

Se a prática da fraternidade prevalecesse entre as pessoas como decorrência dos ensinos morais do Cristo e de todos os que aceitaram suas lições de vida, há muito teriam desaparecido as violências do mundo, especialmente as imposições dos mais fortes sobre os fracos.

A fraternidade representa o amor recíproco de todos os homens, ensinado pelo Cristo, acima do qual só deve prevalecer o amor a Deus, a causa primária de todas as coisas, a Inteligência Suprema.

Emmanuel, no livro Consolador, ainda nos coloca que a Terra deve ser considerada escola de fraternidade para o aperfeiçoamento e regeneração dos Espíritos encarnados. Devemos sempre estar em processo de sublime aprendizado fraternal, concedido por Deus aos seus filhos, no caminho do progresso e da redenção.

Torna-se evidente que, neste mundo de expiações e provas, faltam os elementos essenciais da fraternidade sobre os quais possam ser construídos os justos e sólidos edifícios sociais e para que surja a verdadeira solidariedade entre todos os povos, independentemente das raças a que pertençam.

A fraternidade, porém, é a lei da assistência mútua e da solidariedade comum, sem a qual todo progresso, no planeta, seria praticamente impossível.

Temos que ter claro que:

“a fraternidade pode traduzir-se por cooperação sincera e legítima, em todos os trabalhos da vida, e, em toda cooperação verdadeira, o personalismo não pode subsistir, salientando-se que quem coopera cede sempre alguma coisa de si mesmo, dando o testemunho de abnegação, sem a qual a fraternidade não se manifestaria no mundo, de modo algum”. (Emmanuel – O consolador)

O problema é vasto e complexo, e sua solução precisa começar no coração de cada ser humano. A educação intelectual e moral constitui a base para se resolver tão vasta questão.

A fraternidade, na sua acepção mais pura, é a prática do amor, como também o é a caridade. Amor, fraternidade, caridade são os sentimentos que se opõem ao egoísmo, ao orgulho e à ignorância.

Assim percebe-se a importância do amor fraternal, de irmos ao auxílio de um irmão sempre que o mesmo necessite, desta forma estaremos evoluindo e tornando a sociedade um lugar melhor, buscando lapidar a nossa pedra bruta.