Ah, se eu soubesse...

Por Ana Lúcia Maluffe

Hoje seria o aniversário do meu pai. Faria 77 anos se não tivesse desencarnado aos 32 anos de idade.

Não trago esse assunto com a intenção de entristecer ninguém, afinal, a desencarnação é um fenômeno natural do qual ninguém se furtará e o importante é o que fazemos com nossas vidas e como tocamos a vida alheia. Quero apenas falar de gratidão.

Gratidão por cada dia que vivemos ao lado dos nossos afetos, pelo amor compartilhado, a companhia, o apoio, exemplos e aprendizados. A dádiva da convivência com aqueles que se foram antes de nós.

Quando “perdemos” entes queridos o sofrimento se instala e nos sentimos sem chão. Vem então o “Ah, se eu soubesse…”, mas nós sempre soubemos que estamos de passagem neste mundo; um tempo de aprendizado, resgate e quitação com as leis da vida. Natural e necessário é viver o luto. Chorar, sentir saudades, sofrer com a ausência física dos seres amados; tudo isso faz parte do processo.

Lembramos os momentos que vivemos juntos, pois eles sempre estarão conosco, ligados pelo amor. Quem retorna ao Mundo Maior também sente saudades, por vezes também chora. O amor não morre e o espírito não esquece seus entes queridos, mas é preciso prosseguir, compreendendo que a Vida tem seus próprios mecanismos e que tudo está sob a supervisão amorosa de Jesus.

Amigos, proponho um novo olhar sobre esta data. Ao invés de focar na perda nos lembremos, com carinho, dos momentos de convivência, na oportunidade de termos percorrido parte de nossa jornada evolutiva com esses irmãos a quem tanto amamos.

É tempo de perdoar aquele que partiu e a nós mesmos se ficou alguma aresta para aparar.

É tempo de sorrir, lembrando momentos vividos e sentir novamente toda gama de emoções que acompanham essas lembranças.

É tempo de agradecer a oportunidade de termos caminhado lado a lado com nossos amados.

É tempo de celebrar a vida, aceitando que “lá do outro lado” a vida continua e nada acabou. Ainda vamos nos encontrar. Não é um Adeus. É um Até Logo.

Neste dia, lembremos com amor, saudade e gratidão dos nossos afetos que fizeram seu retorno à verdadeira Pátria. Não os perdemos, simplesmente foram primeiro.

Não importa se o tivemos em nossas vidas por uma hora, um dia, uma década; sejamos gratos por tê-los tido ao nosso lado, aprendido a amar.

Convido a todos que leram até aqui que elevem seus olhos (cheios de lágrimas também vale), olhem para o céu, sorriam, mandem um beijo repleto de amor, gratidão e saudades aos que estão do lado de lá, desejando que eles estejam bem.

Nossos corações se sintonizarão e, por um momento, podemos senti-los ao nosso lado. E, um dia, quando estivermos reunidos novamente o abraço será tão pleno que nos sentiremos em paz, felizes e amados.

Chico Xavier dizia que: “o que nos conforta em relação a morte é que ela não é o fim, mas o recomeço de uma nova parte da nossa jornada”.

Meus amigos, bem sei como essa dor pode debilitar nosso ânimo, mas, se for esse o caso, lembrem-se das palavras de Jesus:

“Vinde a mim, todos que andai em sofrimento e vos achai carregados, e eu vos aliviarei” (Mateus,XI:28-30)

Muita paz e muita luz a todos.

Ana Lúcia Maluffe é voluntária no Grupo Espírita da Prece Chico Xavier.

A Autora assume inteira responsabilidade pelo conteúdo dos textos de sua autoria.
Sua opinião não necessariamente expressa a visão do CENTRO ESPÍRITA BATUÍRA.
Ah, se eu soubesse…
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7 ideias sobre “Ah, se eu soubesse…

  • 2 de novembro de 2021 em 09:05
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    Sim o luto faz parte do caminho, mas alimentarmos as boas lembranças enriquece a vida, dos dois lados. Obrigada Ana Lúcia!

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    • 2 de novembro de 2021 em 09:12
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      Gratidão, minha querida.💖

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  • 2 de novembro de 2021 em 09:27
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    Obrigada Ana Lúcia.

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  • 2 de novembro de 2021 em 09:29
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    A dor da saudade atinge os dois lados, mas com a fé do reencontro, com a certeza do progresso e da autoconsciência que somos seres humanos eternos, tudo se suaviza na paz do Mestre e do Pai. Deus nos abençoe a todos! Gratidão Ana Lúcia!

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    • 2 de novembro de 2021 em 10:31
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      Lindo texto.
      Nos trás conforto e renova a esperança, principalmente neste momento que muito “perderam” os entes queridos.

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  • 2 de novembro de 2021 em 11:09
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    Lindas palavras ,gratidão.

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  • 2 de novembro de 2021 em 20:59
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    Apesar de todo o conhecimento vindo do consolador esta partida foi muito dolorosa p mim. Vi-me numa dualidade do saber espiritual, porém de como sou tão materialista, tão apegada. Muito bom esse texto p q eu possa direcionar meus pensamentos corretamente p minha mãezinha recém partida. Gratidão 🙏

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