Amar simplesmente
Por Priscila Batista
“Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem.” (Lucas, 6:31.)
Se tivéssemos a noção do Amor Divino por nós, Suas criaturas, nossas atitudes perante a vida e perante o próximo seriam outras e nossa evolução, muito mais rápida.
Seria maravilhoso desenvolver um olhar de amorosidade para todos que cruzassem nosso caminho, e mesmo aqueles desconhecidos, todas as vezes que pensássemos no coletivo. Um olhar amoroso como de uma mãe, afinal esse amor é tão sublime e tão grande que é conhecido por ser o mais próximo, na Terra, do amor de Jesus Cristo pela humanidade. Jesus encarnou e deu a própria vida para nos ensinar a AMAR e SERVIR. Uma mãe também é capaz de dar a própria vida pelo filho… A grande maioria das mães simplesmente amam e servem… não é assim?
Como mãe que sou, meu olhar amoroso é direcionado para minhas pequenas, mesmo com as minhas infinitas imperfeiçoes… Quando minhas filhas me pedem algo de bom grado, primeiro eu me abro para ouvir, analisar, calcular se o pedido é algo que possa de alguma maneira auxiliá-las, ajudar a terceiros, não causar danos ou prejuízos a ninguém. Em seguida, busco meios de atendê-las quando tenho as possibilidades aos meu alcance. Procuro agir assim desde os pedidos mais simples, por exemplo: “Me ajuda a escrever helicóptero? Posso ir à casa da minha amiga brincar? Posso brincar com o Dino?”. Até as dúvidas mais inocentes, para as quais nem sempre tenho as respostas: “Mamãe, será lá no lugar onde Jesus mora tem parquinho? Será que um dia ele me leva para brincar lá?”.
Como mãe, o amor em meu peito transborda e me desdobro para atender, pois eu as amo e o maior presente do mundo para mim é a alegria e felicidade em seu rosto, a satisfação de vê-las aprendendo, crescendo e evoluindo, conquistando seus objetivos e descobrindo novos propósitos e progredindo.
Mas nem sempre consigo atendê-las, seja porque estou trabalhando ou cuidando de compromissos do nosso dia, seja porque os pedidos e solicitações de fato não poderão ser atendidos, pois podem de alguma forma prejudicá-las ou prejudicar a outrem.
Mesmo assim, é preciso uma conduta amorosa e respeitosa com elas. A comunicação deve ser assertiva e atenciosa para que entendam minha vontade em ouvi-las e compreendam que farei isso no primeiro momento em que me for possível. Caso não o faça por algum motivo, devem esperar para que eu possa dar a atenção necessária ao que estão me pedindo, e talvez até precisem lidar com a frustração da negativa.
Amar não significa fazer as vontades, atender a pedidos como o gênio da lâmpada mágica, mas sim ponderar se aquele caminho que estamos tomando é de fato o melhor para determinada situação e para todos os envolvidos.
Mesmo quando digo não ou quando recebo um não da vida, devemos saber que isso também pode ser um ato de amor, de Deus para conosco.
Dentro da minha limitação, imagino o olhar amoroso de Jesus como algo parecido com o amor de mãe. Não julgamos nossos filhos, simplesmente os amamos. Não esperamos nada em troca, sentimos a alegria apenas em vê-los bem.
Deus como Inteligência Suprema e Causa Primária de todas as coisas, criou com perfeição toda matéria e espírito e Suas Leis Universais, como Nosso Pai/Mãe nos mostra, cada vez mais, por meio da ciência o seu Amor.
E esse mesmo Deus enviou Seu filho Jesus para nos ensinar a amar: amar simplesmente como Ele nos amou. Não somente nossos entes queridos, nossos filhos, nossos pais, mas todos os seres do universo.
Deus quer que amemos aqueles que nos são caros, queridos, mas também aqueles de quem temos opiniões divergentes e até quem não conhecemos quando temos que ponderar sobre o outro, sobre nossa relação em sociedade, a coletividade e todos os assuntos que permeiam o convívio social e o futuro.
Amar simplesmente é ser pacífico, respeitoso, educado, alegre e sereno com todas as pessoas que cruzam nosso caminho, inclusive conosco mesmo, sem esperar nada em troca, como fazemos com nossos queridos. É desenvolver um olhar materno, de empatia, colocando-se no lugar do outro, com todos os seres humanos, e nos perguntar: se essa pessoa fosse meu filho, como a trataria? Se eu fosse aquela pessoa, naquela situação, como gostaria de ser tratado?
Devemos revisar muitas vezes nossas posições e a forma como nos manifestamos, pois muitas vezes, por um impulso orgulhoso ou egoísta, machucamos e causamos danos, julgamos e vamos contra a orientação expressa do Cristo e das Leis Universais, de amar simplesmente, de tratar o outro como gostaríamos de ser tratados.
Quando olharmos o próximo com a mesma amorosidade, aceitação, tolerância indulgência com que olhamos nossos filhos, vamos caminhar mais rápido ao Reino de Deus.
Vamos amar simplesmente… Simplesmente amar.
Priscila Batista é voluntária na Casa dos Essênios, filiada à União Fraternal.
Parabéns pelas sábias palavras, só quem é mãe, consegue entender o significado do amor. Gostei muito das tuas palavras, Deus te abençoe sempre. Gratidão.
Pri a maternidade é uma santa tarefa. Vivenciando essa experiência aprende-se o verdadeiro amor incondicional como você bem disse. Quantas vezes já não experimentamos essa benção? Tudo concorre para o bem maior, em sua evolução o espírito reencarna nos papéis que lhe são mais adequados no momento. Ser mãe, não há tarefa mais sublime que acolher os filhos de Deus. Me dirijo agora aos pais, que colaboram com as mães nessa oportunidade redentora. Lembre que outrora também já foram mães (sob a ótica da reencarnação). Que cada um busque dentro de si as sementes desse amor incondicional para que cada vez a humanidade como um todo possa ser mais feliz. Gratidão Pri.