O Evangelho Segundo o Espiritismo

Capítulo I

Não vim destruir a lei

Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim para destruí-los, mas para dar-lhes cumprimento. Porque em verdade digo que o céu e a Terra não passarão, até que não se cumpra tudo quanto está na lei, até o último jota e o último ponto. (Mateus, V:17-18).

ESE Cap. I Pág. 37 Tradução de J. Herculano Pires

É bom lembrar que Moisés teve uma grande e árdua missão, que foi guiar o povo judeu nas Leis de Deus e afastá-los das velhas crenças politeístas. Devido ao grau de entendimento na época, Moisés acrescentou algumas regras para dar ordem e controlar a multidão que o seguia. Essas regras se tornaram leis.

Jesus veio trazer as Leis Divinas à luz, e combater os abusos e falsas interpretações que fortaleceram as práticas exteriores, embaçando as mentes e endurecendo os corações.

…e não podia fazê-las passar por uma reforma mais radical do que

reduzindo-as a estas palavras: “Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao

próximo como a si mesmo”, e ao acrescentar: “Esta é toda a lei e os

profetas”,…O Evangelho Segundo o Espiritismo Cap. I item3

Jesus sintetizou o que há muito ensinavam e profetizavam, na máxima de amar a Deus sobre todas as coisas, mas não deixou de sinalizar como, e a partir daí o Mestre foi desmembrando a máxima, e nos ensinando como viver amando a Deus.

Sua mensagem de amor e perdão era branda, amorosa e ativa, como nos relata Humberto de Campos no livro Boa Nova, psicografado por Chico Xavier.

Na rotina dos discípulos, no correr das horas, os elucida e fortalece quanto ao auxílio mútuo pelo potencial e vivência pessoal, independentemente da idade, pois cada um é coração ativo no Reino de Deus.

Não menosprezemos o irmão por acharmos que mais nada pode fazer, os cabelos brancos muitas vezes constituem sabedoria, ou por ainda ser muito jovem, a inexperiência pode estar cheia de desejo pela oportunidade de aprendizado.

Ensina o perdão quando Felipe e Simão Pedro o defendem com rispidez, dos

caluniadores do caminho, frisando: “Que a paz é um patrimônio que cada coração está obrigado a defender”.

Junto a Nicodemos fala sobre a importância de receber a palavra evangélica com o coração, pois de nada adianta saber a lei, é preciso senti-la.

O conhecimento sempre foi e será importante, mas será palavra morta, sem

entendimento e vivência sincera. É preciso levar o conhecimento para dentro de nós mesmos, fazendo uma análise profunda em nossos conceitos, crenças e limitações. O autoconhecimento é o caminho para a vivência do Evangelho.