Condutas passageiras e comportamentos constantes
por Melisa Chagas de Assis
De nada adianta estarmos cheios de motivação se nossas ações forem inexistentes
Para aqueles que me conhecem pessoalmente, me refiro principalmente aos que estão mais próximo nesta caminhada na abençoada Casa Espírita da qual tenho a honra de ser integrante e para a qual mais diretamente me dispus a me doar, obviamente estão observando com admirável discrição minhas ausências nas recentes reuniões de estudos.
Assim como qualquer bom estudioso e aprendiz, seja em qualquer contexto da vida, todo bom espírita sabe da imprescindível importância da constante busca de conhecimento e aprendizado através das leituras e estudos e admito que essas minhas ausências me incomodaram por algum tempo, me levando a sentir culpa, sensação de fracasso, instabilidade, frustração e, principalmente o receio de estar me desviando dos propósitos de seguir buscando aprender e praticar os ensinamentos de Jesus.
Angustiada, coloquei em pauta essa minha conduta em uma conversa com um prezado amigo e como esperava, suas colocações me suscitaram novas reflexões sobre a preciosa necessidade que tenho de tempos em tempos, dando-me um tempo (parece um trava-línguas rsrsrs).
Fui então assimilando que essa ‘ausência de atitude’, digamos ‘engajamento’, é a que necessito neste momento ou seja, recolher-me para administrar satisfatoriamente minhas particularidades e refletir sobre o que tenho feito daquilo que já tenho conhecimento, em outras palavras, me questionei se tenho verdadeiramente praticado o que já estudei…
Concomitantemente a esses conflitos e reflexões, não raras vezes me vinha à mente a seguinte afirmativa corroborando com o mencionado questionamento: ‘Mel, não importa o que você tem, mas sim o que você é e o que você faz!’.
Não é novidade que as oportunidades de praticar os ensinamentos cristãos que surgem praticamente a todo instante nas mais variadas e inusitadas situações do cotidiano e, nesse momento de introspecção, percebi a necessidade de observar melhor minhas atitudes em favor do bem estar comum, pois também não é novidade que, embora saiba o que é certo e errado, nem sempre ajo da maneira certa nessas abençoadas oportunidades que me são oferecidas diariamente como forma de comprovar meu aprendizado, o domínio dessa ou daquela virtude em detrimento do egoísmo, comodismo, egocentrismo, orgulho e tantos outros vícios que trago comigo ainda.
Sem dúvida, como tudo na vida, esta experiência é passageira e vai propiciar o benefício das coisas, cada uma no seu tempo, se encaixarem no devido lugar, inclusive eu, quando retomar o fôlego para seguir adiante mais um pouco. Deixar de ter uma ou outra determinada conduta nem sempre é indício de falta de empenho, determinação, objetivo ou propósito, pode ser uma conduta saudável, simples assim, porém não menos importante, uma cautela dentro do meu processo evolutivo, pois muitas das vezes minhas experiências causam ‘pane’ nos meus sistemas.
Compreendo enfim, num processo de autoconhecimento e amor próprio, que posso e devo, sem culpa e sem cobranças, diminuir minha marcha de vez em quando, reconhecendo e aceitando minhas limitações e dando prioridade às exigências momentâneas para que, em um harmônico e saudável equilíbrio entre o interno e o externo, siga adiante em meus ideais, estudando e praticando sempre.
Agradeço esta abençoada oportunidade de compartilhar e, especialmente, aos estimáveis amigos de caminhada que em silêncio, vêm acolhendo minhas ausências com denotação de respeito pela minha conduta passageira.
“Buscar a terapia da autoconsciência constitui o recurso valioso para a aquisição da saúde e da harmonia, que se interdependem. O Espírito é o arquiteto seguro do próprio destino, por meio das condutas que se impõe.”
(Divaldo Franco pelo Espírito Joanna de Ângelis em ‘O Despertar do Espírito’, título 10 – ‘Sem conflitos nem fobias’, subtítulo ‘Autorrealização e paz’, valioso presente de uma estimável Facilitadora e companheira de trajetória)
Melisa Chagas de Assis é voluntária no Centro Espírita Casa dos Essênios.
A Autora assume inteira responsabilidade pelo conteúdo dos textos de sua autoria.
Sua opinião não necessariamente expressa a visão do CENTRO ESPÍRITA BATUÍRA.