Criança na visão espírita
Por Ana Lúcia Maluffe
(LE Q. 383) Qual é, para o Espírito, a utilidade de passar pela infância?
Encarnando-se com o fim de se aperfeiçoar, o Espírito é mais acessível, durante esse tempo, às impressões que recebe e que podem ajudar o seu adiantamento, para o qual devem contribuir os que estão encarregados da sua educação.
Tudo tem um propósito nas obras de Deus; nada é por acaso. Quando temos isso em mente fica mais simples compreender por que em nosso retorno ao mundo físico somos tão frágeis e fofos, despertando a ternura e os cuidados dos que nos rodeiam.
No Livro dos Espíritos, Kardec aponta que ao reencarnar, a criança e os pais não se reconhecem de outras vidas e que o esquecimento do passado ocorre para que o resgate não seja comprometido. Imagine se os pais reconhecessem na criança um inimigo do passado. Será que saberiam lidar com as emoções e conflitos advindos desse conhecimento? Para a ciência a fragilidade do bebê é uma ferramenta de sobrevivência pois, não apenas a mãe, mas todos a sua volta buscam suprir suas necessidades e desenvolvem o amor durante esse processo.
Quando esse bebê cresce, já pode aprender dos pais e daqueles que com a criança convivem, conceitos, crenças (muitas vezes limitantes, infelizmente), além de comportamentos para viver em sociedade. Nessa fase, os pais atentos percebem certas atitudes que podem ser de sua memória de vidas passadas, necessitando da atenção para corrigi-las ou incentivá-las.
Nunca ficou tão patente como atualmente a urgência na necessidade de se pensar a educação para a formação de um ser integral, buscando potencializar as qualidades dos infantes e corrigir, com firmeza, mas com amor, as atitudes menos felizes.
Pais e filhos têm muito a aprender uns com os outros e a tarefa dos pais é proporcionar a esse espírito, que no momento se apresenta como criança, ferramentas para concretizar seu desenvolvimento, corrigindo rumos equivocados. São companheiros de evolução e não pertencem aos pais, são a eles confiados, pela Bondade Divina, a fim de que evoluam juntos.
Avós, professores, psicólogos; todos tem um papel na educação das crianças. Mas nenhuma atitude cala mais fundo do que o amor em ação. Não só palavras, mas ação. O amor é primordial. Meu pedido aos pais, avós, tios que hoje estão lendo essas palavras é que olhem com amor para nossas crianças. Não com permissividade ou mimos, não sem disciplina, mas com afeto.
Educar é um trabalho que exige disciplina, constância e coerência. Dar a uma criança tudo o que ela pede, não forma seu caráter. Pelo contrário, o deforma. Mimos não preparam a criança para lidar com a frustração e o stress natural das experiências terrenas. Criamos pequenos ditadores no Lar. Comandam a televisão, ganham celulares e nunca são contrariados.
O que ensinamos a eles agindo assim? Tudo é imediato. Nada se constrói com calma e perseverança. Crianças precisam de limites. Precisam aprender a esperar e aceitar que nem sempre terão o que querem.
Deus nos ama, mas não impede que tenhamos experiências duras, pois sabe que elas nos fortaleceram e sempre está a uma oração de distância. Esse é o norte seguro para nossas ações como pais e educadores. Ajudá-los sim, mas não impedir que façam suas escolhas e aprendam com elas. Estaremos lá para eles, mas não faremos por eles o que podem fazer sozinhos.
Reflitamos sobre isso. Muita paz e muita luz a todos.
Fonte: O Livro dos Espíritos
A Ana é voluntária no Grupo Espirita da Prece Chico Xavier
O exemplo é o melhor professor, por isso as crianças aprendem com os pais, e estes com seus filhos. Além do que a educação, moral e intelectual é essencial para o progresso e desenvolvimento salutar do ser humano.
Concordo , Priscila. O exemplo arrasta, sem precisar de uma palavra. Gratidão 😊
Que possamos reaprender a educar nossos filhos, netos, sobrinhos etc. Será proporcional tal ação com as baixas de depressão e ansiedade para ambos. O NÃO vale ouro.
Sempre, Claiton. É nosso compromisso perante a espiritualidade. Que Jesus nos ampare nessa missão. Gratidão ☺️
Ana gratidão por suas colocações. A tarefa de recebermos, como você bom disse, os filhos de Deus para orientá-los e educá-los é redentora tanto para nós, quanto para eles. Tudo que foi dito é extremamente valioso. A ação, acima de tudo o exemplo, a conduta de cada um de nós é o que marcará os filhos que Deus “nos emprestou” nessa existência. A nossa transformação, a nossa mudança íntima, que vem de dentro para fora e parte do coração, produz frutos importantes para evolução de todos que nos cercam. Pensemos nisso ao assumirmos nosso compromisso como pais e mães.
É para mim a missão mais gratificante e desafiadora. Nosso egoísmo atrapalha, mas o amor nos redime. Nossos filhos nos ensinam a sermos melhores. Gratidão, Sérgio, pelas palavras 🙏😊
Ótima reflexão Ana Lúcia!! Gratidão! 😍⚘
Oi Ana! Com suas palavras tão bem colocados, recebemos o amoroso convite para reflexão, entendimento e vivência desse belo ensinamento.
Gratidão!