Dia de Finados

Dia de Finados

Temos conosco, desde 1857, data da primeira publicação de “O Livro dos Espíritos”, as explicações que vieram transformar a palavra morte.

Para alguns, é o fim absoluto. Para outros, a despedida com poucas probabilidades de reencontro.

Mas o Espiritismo nos explica que a morte não é o fim: é apenas o retorno do Espírito à vida espiritual, de onde ele parte e retorna inúmeras vezes em sua longa jornada evolutiva, até que não haja mais necessidade de reencarnar.

Então por quê continuamos temendo a morte? Por quê evitamos falar sobre ela, pensar sobre ela, mesmo entre nós, espíritas?

O peso das crenças que trazemos de inúmeras encarnações é uma das respostas. Mas não é a única.

Você sabia que a tristeza diante da morte é um fato cultural, e não humano, como costumamos acreditar?

Existem inúmeras culturas, em especial no Oriente (mas não só), onde a morte é encarada com alegria, porque significa a libertação do Espírito de uma vida em geral constituída de sofrimentos.

No México, as famílias que seguem as tradições do seu povo, têm na sala de suas casas uma estatueta que simboliza a morte. Ela fica na sala, um dos locais mais importantes da casa, para que todos possam passar por ela, vê-la todos os dias, acostumar-se com ela e compreender que a morte faz parte da vida, e que não há razão para temê-la. É só mais uma etapa.

Não é o que costumamos fazer na nossa cultura. Quando alguém mais previdente busca organizar o futuro pós-morte, do lado material, a família em geral se horroriza, não quer falar sobre o assunto…

E entre os espíritas? Nós até estudamos sobre a morte, discutimos o assunto… em teoria… Nós já deveríamos ter compreendido que em algum momento de nossas vidas iremos ter esse encontro com a morte. Com a nossa morte ou com a morte das pessoas que amamos.

E se buscássemos essa compreensão maior das nossas vidas como Espíritos, vivendo apenas momentaneamente como encarnados, encontrando e reencontrando aqueles que amamos ora no plano material, ora no plano espiritual?

Sofreríamos menos quando alguém que amamos desencarnasse, sabendo que a ligação entre nós se mantém, e que podemos auxiliá-lo, com nossas vibrações amorosas, mas também podemos fazê-lo sofrer, com nossas vibrações de desespero e não aceitação.

E se nos preparássemos melhor para o nosso próprio retorno ao plano espiritual, sabendo que encontraremos lá a continuidade do que vivemos aqui?

Poderíamos buscar em cada momento de nossas vidas a nossa melhoria como Espíritos que somos, usando o Evangelho de Jesus como guia. E então, quando chegar a nossa hora de retorno, iremos com a consciência tranquila de que fizemos o melhor ao nosso alcance.

Nelia Naldi de Oliveira é voluntária na SECE Gabriel Delanne

Dia de Finados
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2 ideias sobre “Dia de Finados

  • 3 de novembro de 2024 em 15:33
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    Oi Nélia
    Gratidão pelo texto excelente. Oportunidade de reflexão para todos nós. O quanto de fato entendemos e aceitamos a questão da morte?
    A vida continua e nós continuamos exatamente do mesmo ponto que estávamos no desencarne, com vistas à evolução e ao futuro.
    Que possamos ter sempre isso em mente: “Somos Espíritos vivenciando uma experiência humana.” Estamos apenas de passagem e que essa passagem seja rica para nós no que tange aos tesouros da alma. Na morte do corpo físico, levaremos apenas nossas conquistas morais para a eternidade.

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  • 3 de novembro de 2024 em 18:58
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    Nélia querida!
    Excelente reflexão. Percebo que nós espíritas, precisamos refletir e estudar um pouco mais sobre essa questão, para que possamos evitar sofrimento desnecessário. Pois sabemos, antes de vir, que “não viemos para ficar”.

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