E está tudo bem...

Por Carlos Alvim

Estudar o Espiritismo decodificado por Allan Kardec vai um pouco além de ler um ou mais textos referenciando Deus, mesmo que esses textos sejam as obras básicas dessa doutrina que veio nos ensinar tantas e maravilhosas “coisas”.

Ao iniciar os estudos na Doutrina Espírita, é provável que como a maioria de nós, fomos “trazidos” pela dor, dor da perda, do sofrimento, da angústia, dos desencontros, do orgulho, do amor perdido, das idas e vindas da vida, enfim de todos os tipos de “dores” que ainda como seres falíveis, simples e ignorantes sentimos aqui e acolá.

E nesse iniciar, se descortina mundos e situações antes inimagináveis, situações impensáveis, sustos antes “sobrenaturais”, agora podem de certa maneira serem entendidos por nossa ainda pequenez humana. Transformadoras experiências passadas pelos livros, nos estudos em grupo conduzidos por abnegados voluntários que transmitem seus conhecimentos aos recém chegados confrades a bela filosofia de vida, vida no seu mais amplo sentido físico e espiritual.

Nos textos chegados do mundo invisível aos nossos olhos físicos, chegam relatos de histórias passadas, ensinamentos, condutas a serem conduzidas por nós ainda em processo de evolução. Quando cito “nós”, cito a todos nós, encarnados e desencarnados neste planeta, pois poucos são os espíritos que aqui estão neste orbe que ainda não precisam de algo para evoluir. Somos muitos os aprendizes. De certo todos podem e devem ensinar um pouco do que sabem e aprender um com o outro.

Somos seres imortais, caminhando em direção à Luz da Criação. Somos ainda muito jovens para compreender muitos significados da eternidade. E como a maioria dos jovens, queremos nos resolver logo, fazer logo, caminhar ansiosamente em direção para algum lugar, faz parte do crescimento, e está tudo bem!

Dos estudos no espiritismo, retiramos inúmeras lições, especialmente de moralidade, que ansiosos por reproduzir no nosso meio, invariavelmente falhamos, e ao falharmos, nos sentimos péssimos. Infelizmente a caminhada nem sempre é por lugares livres de pedras e obstáculos, na verdade, sempre eles existirão, fazem parte da nossa evolução.

Ao tomarmos conhecimento de nossas responsabilidades, querermos “concluir” algo que ainda não somos capazes de realizar, não por vontade, mas por falta de vivência, falta de experiência mesmo, sem competência para lidar com isso e aquilo, é natural! Nessas “tropeçadas” durante a caminhada, nos machucamos, machucamos alguém! Também faz parte!

As vezes é necessário ficar um pouco parado, outras é necessário voltar alguns passos e refletir sobre os atos cometidos e depois recomeçar a caminhada! Faz parte! Perdoe-se pelas falhas para retirar esse peso de si, perdoe o próximo para também retirar o outro peso que incomoda! Mas jamais deixe de caminhar!

Falhar, errar, voltar atrás e reaprender, faz parte da nossa evolução!

E está tudo bem…

Carlos Alvim é voluntário no Centro Espírita Batuíra.

E está tudo bem…
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