Empatia

Por Sérgio Araújo

Empatia tem sido um termo muito empregado ultimamente nas empresas, nos meios sociais, familiares e religiosos. Tornou-se moda e é bonito falar em empatia. Mas o que significa a palavra empatia?

Ação de se colocar no lugar de outra pessoa, buscando agir ou pensar da forma como ela pensaria ou agiria nas mesmas circunstâncias. Aptidão para se identificar com o outro, sentindo o que ele sente, desejando o que ele deseja, aprendendo da maneira como ele aprende etc.

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Capacidade de identificar-se com o outro. Colocar-se no lugar do outro, sentir o que ele sente, compreender ou buscar compreender porque ele falou ou agiu de determinado modo. Colocar-se no lugar do outro sem se deixar influenciar por isso.

É bonito sim falar em empatia, mas será que realmente os que citam ou comentam sobre a empatia realmente a praticam em sua essência? Se assim o fosse, o planeta Terra seria hoje um planeta muito melhor do que é. Ser empático significa compreender o próximo ou outra pessoa, por pior que tenha sido o que ele praticou. Não estamos aqui nos referindo à falta cometida por outrem, que lesou uma pessoa ou uma comunidade. Se há débitos os mesmos devem ser ressarcidos. Mas ao se falar em empatia busca-se uma compreensão ou uma análise de um fato que foi conduzido por outros. Sem críticas ou julgamentos.

Ao olhar para a história várias personalidades praticaram a empatia na sua mais simples pureza: Jesus, Francisco de Assis, Ghandi, Madre Tereza de Calcutá, Chico Xavier só para citar alguns. Esses seres elevados foram empáticos sim em relação ao planeta, às pessoas e aos animais. Existem várias passagens de cada um deles. Serão citadas algumas visando melhor compreensão do tema proposto: Jesus e a mulher adúltera: Após ouvir as acusações contra ela Jesus diz: aquele que estiver sem pecado atire a primeira pedra. Todos largaram as pedras e se retiraram. A mulher errou? Errou, mas quem não erra? Quem não comete erros? Por que apenas ela deveria ser julgada com fervor?

Jesus preso na cruz,

sangrando e açoitado foi colocado entre 2 ladrões. Dimas, chamado o bom ladrão, pediu para estar com Ele após a morte. No estado em que se encontrava Jesus garantiu que eles estariam juntos no Reino dos Céus. O que importava, naquele momento, o que ele, Dimas, havia feito?

Francisco de Assis e o lobo da região da Umbria

Havia um lobo faminto que amedrontou a cidade de Gubbio. Francisco foi até ele, falando com amor, o acalmou, deu comida e voltou calmamente com o lobo até a cidade. Disse a todos que não precisavam ter medo. O lobo se sentia só e estava com fome. A cidade então adotou o lobo, todos o alimentaram até sua morte. Foi erguido um monumento em homenagem ao lobo, já que o mesmo provocou uma união entre todos da cidade. Mas o primeiro julgamento era de um animal perigoso e grupos de caçadores já estavam sendo formados para matá-lo.

Dezenas, centenas de fatos semelhantes podem ser citados. Esses já são suficientes para ilustrar o que está sendo dito.

Ser empático é acolher o próximo em suas necessidades básicas, fazer o que estiver ao alcance em benefício de outros. Identificar-se com suas necessidades. Não importa o motivo pelos quais a pessoa se encontra nesse estado de carência, seja afetiva, emocional ou material. Porém o que se vê, constantemente, é justamente o contrário. Críticas, julgamentos, pré-opiniões. As pessoas são rápidas em julgar ou criticar, mas lentas em avaliar com o coração o que se passa com o próximo.

Empatia pode ser entendida como um termo atual e moderno, para valiosos ensinamentos que todos os citados acimas e outros nos deixaram na poeira dos séculos. Não julgar, não criticar, não praticar a maledicência, amar ao próximo, tudo são sinônimos de empatia.

A questão é tão ampla e vital que Jesus a deixou implícita, nesse valioso mandamento: “Amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a si mesmo”. Amar ao próximo como a si mesmo. Como amar o próximo se não se colocar no lugar dele, compreender suas dores, auxiliar no que for possível, não julgar, não criticar, ser caridoso, fraterno e benevolente? Ao não amar o próximo não se ama a si mesmo.

E todos vão vivendo suas vidas alheios às dores e aos sofrimentos que assolam toda humanidade e a palavra empatia vai sendo dita de boca em boca, mas, infelizmente, pouco praticada. Na Sua infinita sabedoria, o Mestre há mais de 2000 anos atrás já falava e praticava a empatia. E deixou para todos o caminho para uma vida empática. O termo é novo, mas a atitude é digna de todos aqueles que amam incondicionalmente. Amam a si mesmos e ao próximo na mesma medida, no mesmo tom vibratório. Não julgam, apenas amam e seguem em frente.

Sérgio Araújo é voluntário no Centro Espírita Batuíra, onde atua no Departamento de Divulgação.

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