ESPIRITISMO
Por Cláudia Barbosa
Neste texto elucidarei um pouco sobre o Espiritismo ou Doutrina Espírita, para que possamos entender e/ou recordar um pouquinho como chegamos até aqui.
Falar do Espiritismo é rememorar a história da humanidade, já que sempre houve fenômenos espirituais. Contudo, definiu-se como marco inicial do espiritismo a data de 18/04/1858, com a publicação da primeira edição de “O Livro dos Espíritos”.
A Doutrina Espírita surgiu na França, em meados do século XIX, a partir dos estudos e observações feitas pelo renomado pedagogo e educador francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais conhecido pelo pseudônimo de Allan Kardec (1804 -1869).
Após se dedicar ao estudo científico do magnetismo e investigar as chamadas “mesas girantes”, que consistiam em eventos onde acontecia o movimento anormal de objetos sobre as mesas sem qualquer tipo de interferência humana, Kardec começou a se interessar por assuntos relacionados a desmaterialização dos corpos e ao percurso do espírito humano. Como resultado, Allan Kardec escreveu cinco principais obras que serviriam como guia para toda a doutrina espírita: “O Livro dos Espíritos” (1857), “O livro dos Médiuns” (1861), “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (1864), “O Céu e o Inferno” (1865) e “A Gênese” (1868). O conjunto de todas essas obras é conhecido como “Codificação Espírita” (L.E; Introdução).
Os conteúdo das obras de Allan Kardec são frutos de seu diálogo com os Espíritos de 1ª ordem, considerados “Espíritos perfeitos”, pois já ultrapassaram todas as provações impostas ao longo de suas vidas passadas e atingiram o ápice do desenvolvimento espiritual. Com a permissão e orientação de Jesus e Espiritualidade Maior, Kardec nos presenteou com essa abençoada doutrina; tendo como objetivo nos ajudar a entender de forma mais ampla o caminho para depuração através do conhecimento, consolidando os ensinamentos do Cristo.
Para o espiritismo, todos os seres humanos têm mediunidade, ou seja, canais de comunicação entre o mundo material e o mundo imaterial (dos espíritos).
“Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo.
Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva.
É de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta, ou daquela ordem, donde resulta que formam tantas variedades, quantas são as espécies de manifestações. As principais são: a dos médiuns de efeitos físicos; a dos médiuns sensitivos, ou impressionáveis; a dos audientes; a dos videntes; a dos sonambúlicos; a dos curadores; a dos pneumatógrafos; a dos escreventes ou psicógrafos” (O Livro dos Médiuns; Segunda parte; Cap. XIX; 159).
A mediunidade acompanha a evolução intelectual e moral do Espírito, sendo ela instrumento de melhoria do ser humano, entre tantos disponibilizados pelo Criador. Pode desenvolver-se gradualmente, ao longo das reencarnações sucessivas ou adquirir a feição de compromisso ou de missão, previstos no planejamento reencarnatório.
“… Os Espíritos Superiores se comprazem nas reuniões sérias, onde predominam o amor ao bem e o desejo sincero de instruir-se e melhorar-se. A presença deles afasta os Espíritos inferiores que, ao contrário, encontram livre acesso e podem agir com toda a liberdade entre pessoas frívolas ou guiadas apenas pela curiosidade, e por toda parte onde encontrem maus instintos” (L.E. Introdução VI).
“O Espiritismo vem na época predita cumprir a promessa do Cristo: o Espírito de Verdade é quem preside seu advento. Ele convida os homens a observar a lei de Deus; ensina todas as coisas fazendo compreender o que Jesus só disse por parábolas. Cristo advertiu ‘Ouçam os que têm ouvidos para ouvir’. O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, pois fala sem figuras e nem alegorias; levanta o véu intencionalmente lançado sobre certos mistérios. Finalmente, vem trazer a consolação suprema aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, atribuindo causa justa e finalidade útil a todas as dores. Assim, o Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança”
(O Evangelho Segundo o Espiritismo; Cap. VI; 4)
Cláudia Barbosa é voluntária na A. B. C. Espírita Batuíra.
Olá Claudia, muito bom nos levar as reflexões do porque buscamos a consolação na Doutrina Espírita. O que nos levou para esse caminho que hoje nos empenhamos em trilhar com nossos pontos positivos e com os negativos também. Para mim a oportunidade de sempre podemos recomeçar promove a esperança de me tornar um ser melhor a cada dia. Como diz o Chico: “não podemos voltar atrás e mudar nosso passado, mas traçar um novo futuro a partir de agora”. Aprender com as faltas cometidas, levantar e recomeçar, seguindo o caminho que o Mestre deixou para nós. Gratidão por essas palavras Claudia.
Obrigada pelas belas palavras sobre a doutrina, que possamos divulgar sempre para mais pessoas as ferramentas necessárias para viver bem.
Clauida muito obrigado por nos lembrar conceitos tão libertadores. A Doutrina Espírita é um bálsamo para nossas almas. Rever seus ensinamentos nos fortalece a caminhada. Geraldo Lemos, companheiro de Chico Xavier, conhecido como Geraldinho, diz que o Chico, normalmente, estudava o Evangelho Segundo o Espíritismo cerca de 4 vezes no ano. Se fizermos um conta considerando que foram 50 anos (sabemos ter sido mais a vivência de Chico no Espiritismo, desde que começou a ser orientado pelo Irmão Perácio e sua esposa), são 200 estudos em uma reencarnação. Será que nós já fizemos pelo menos uma nessa existência? Gratidão Claudinha por nos lembrar da importância do instruí-vos em nossa jornada.