É natural no mundo em que estagiamos, mundo de prova e expiação, onde o bem e o mal estão presentes, caminharmos sob as ameaças das tentações. Elas se encontram na raiz das nossas conquistas e experiências no passado longínquo a caminho da evolução espiritual.

As tentações, forças em desequilíbrio em nós, emergem a nos informar que os devidos reajustes se fazem necessários através da melhor utilização do nosso livre arbítrio já que elas podem ser alimentadas ou não por nós. É uma questão de livre escolha.

Enfrentar as tentações deve ser para nós, como enfrentar um desafio na vida profissional, tais como, a ampliação do conhecimento, a disciplina na busca, a determinação no propósito e outros tantos que exigem de nós investimentos maiores em áreas específicas, para nos colocarmos num novo patamar de competência.

No âmbito das verdadeiras conquistas, as espirituais, não é diferente, pois as quedas morais, as viciações visíveis e invisíveis, os desvios de comportamento, as dificuldades tantas que são reveladas na nossa vida relacional, falam da necessidade que temos de envidar esforços na busca dos recursos que nos auxiliam na árdua tarefa que é a da transformação de nós mesmos, a grande proposta da Doutrina Espirita.

As tentações situadas por nós como influências externas são, na realidade, estímulos para que aquilo que já existe em nós se manifeste.

Para nos incentivar a um mergulho nas águas do autoconhecimento, onde ocorre o maior dos encontros, ou seja, o da criatura com ela mesma, identificando as raízes das nossas predisposições para o desamor, somos, amorosamente, convidados por Jesus, O Divino Mensageiro, a vivenciar o seu ensinamento:

“VIGIAI E ORAI PARA NÃO CAIRDES EM TENTAÇÃO” (MATEUS, 26:41)

Através do exercício do autoamor nos afastamos da culpa, da autocondenação, deixando de ser juízes de nós mesmos e aceitando a verdade que a Doutrina Espirita nos revela, ou seja, somos aprendizes, espíritos ainda imperfeitos, reencarnados neste mundo com múltiplas oportunidades de elevação e aprimoramento através de experiencias tantas, abraçando o projeto individual de transformação interior a se refletir no coletivo, visando o bem comum.  Esse projeto não se desenvolve se não reconhecermos as nossas fragilidades, as tentações que ainda moram em nós.

Assim, a vigilância deve ser o olhar amoroso sobre nós mesmos, para a identificação e reconhecimento daquilo que em nós é motivo de estagnação nos degraus inferiores da infinita escada que é o desenvolvimento do humano no ser. É a própria meditação em ação o tempo todo, em nosso dia a dia e não apenas em momentos especiais.

Se há tentações em nós, há também o potencial de cura e, mobilizado pela fé, exercitamos a capacidade de mudar a própria vida para melhor com o auxílio das energias divinas que nos impulsiona, através da autocura, à nossa destinação que é o amor, o bem e o belo segundo os padrões de Deus.

A meditação, para quem vive em comunhão com Deus, é caminho seguro para a libertação das tentações pois, através da oração, buscamos nele a força para passarmos da ação passiva da conformação para a ação proativa onde a aceitação das tentações que existem em nós são reconhecidas como   limitações   a serem superadas

A ação proativa é transformadora em nós e se reflete no meio em que vivemos, assim praticamos o auto amor nos curando e, pelo exemplo, ajudamos os outros a se curarem.

Mais vale a aflição íntima, vivida na resistência às tentações, que o prazer momentâneo, ilusório e tóxico que nos maltrata e aprisiona. A decisão de não cair em tentações é nossa. Deus nos fortalece e aponta os caminhos.

MUITA PAZ A TODOS.

A sintonia  com o bem, o bom e o belo segundo os padrões de Deus nos  fortalece e nos faz permanecer no caminho em busca da grande vitória, aquela que é alcançada quando vencemos a nós mesmos.

Que haja sempre mais luz no caminho e paz no coração de todos.