Aceitação

Por Claudia S. Barbosa

Em se tratando de aceitação, é notório muitas vezes o desconforto gerado nas pessoas. Isso acontece devido à dificuldade de contato com o diferente. Muitos de nós temos o hábito da comparação na ânsia de se convencer, ou convencer a outrem de nossa ilusória visão do correto. As diferenças despertam no indivíduo consideráveis conflitos porque ele não foi treinado para aceitar e entender, mas para obedecer, — refiro-me aqui ao desenvolvimento humano.

Porém, no momento da vida em que se há necessidades de seguir um caminho individual, o desejo da manifestação da essência, desperta nele um incomodo interno pela busca do entendimento da realidade, relacionado ao “eu” e ao “modelo de eu”. Esse processo concomitante acompanhado pelo pensamento automático e emoção, que podem ser os causadores patológico emergindo assim, o desequilíbrio como um todo. Para entender esse processo é necessário renunciar o apego ao: egoísmo, orgulho, a vaidade, intolerância…e muitos outros prazeres que aprisionam, deprimem, enfraquecem e escurecem o indivíduo tornando-o pesado; dificultando o acesso ao crescimento e evolução.

É importante esclarecer que aceitação não é sinônimo de fraqueza, mas de entrega. Aceitação é o início da transformação interior; moral e espiritual. É um ato de força e coragem, e não confronto com a vida. Enxergar os sinais que ela mostra contribui com a serenidade e leveza da alma. O Evangelho Segundo o Espiritismo nos elucida a importância da conexão da criatura com o Criador, nos revela o mecanismo mais assertivo afim de amenizar os tormentos causados pela intemperança, fruto da ignorância humana.

As obras de Allan Kardec ditadas pelos Espíritos são claras nos seus apontamentos, no que tange a evolução necessária da criatura. Embora ainda não seja visto por todos com a mesma transparência, ela esclarece a irrevogável lei condutora ao adiantamento do “ser” à qualquer momento. Contudo, a humanidade está em constante transformação, cada “ser” está adequado a sua condição evolutiva; considerando que o desenvolvimento espiritual vai além de um processo reencarnatório, ele demanda inúmeras etapas que fazem parte do progresso essencial de autoconhecimento da própria criatura. Entretanto, os pensamentos tóxicos da resistência levam ao constante desequilíbrio, expandindo o tempo de permanência no sofrimento atraindo companheiros de semelhante objetivo.

O Ponto de Luz “aceitação” liberta do doloroso cárcere da ignorância possibilitando despertar em si, a fraternidade, a caridade e a humildade; consciência compreensiva que as diferenças fazem parte do contexto natural da vida, pois através dela que se pode detectar o caminho mais assertivo baseado nos ensinamentos do Cristo, e o respeito aos que cuja as limitações, por quaisquer razão, não se encontram ainda prontos para o próximo passo. Não obstante, é de suma importância que a convivência se faça presente, pois é ela que nos impulsiona ao adiantamento moral, intelectual e espiritual.

Quem não se envolve, não se desenvolve!

Claudia S. Barbosa é voluntária no Centro Espírita Batuíra.

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